Goste-se ou não, ‘nem-nem’ não se cria no Brasil.
Qualquer neófito da política sabe que, sem impeachment do deprimente da república, não há espaço para a ‘terceira via’. Impeachment de Bolsonaro é a única possibilidade de ‘impeachment’ de Lula nas urnas. O que não deve acontecer. Neste domingo (12), o MBL e o ‘nem-nem’ tomaram um tiro na cabeça. Comecem a perguntar para seus políticos de estimação; “e aí, tu é Bolsonaro ou Lula?”.
Antes que qualquer coisa, o ‘tiro na cabeça’ não é linguagem bolsonarista. Quem a usou foi Kim Kataguiri.
– O PT e o lulismo têm que tomar um tiro na cabeça – já disse o cérebro dos pinks do “Movimento Brasil Livre”, que do liberalismo clássico pouco tem além do sobrenome.
Fato é que as manifestações deste domingo foram um fracasso “para ex-presidiário-e-futuro-presidiário-ver”, em comparação com o 7 de setembro, que reportei em De Viamão à Paulista, o bolsonarismo mostra seu tamanho; Suicídio, homicídio e um infeliz 8 de setembro.
E uso a forma ("ex-presidiário e futuro presidiário") como se refere a Lula e Bolsonaro o site Antagonista, que é pai do MBL, chocou o ovo da serpente do fascismo e ainda sonha com o juiz ladrão como candidato à Presidência da República.
É fake news culpar o PT pela flopada. “Nem Lula nem Bolsonaro foram à manifestação contra eles”. Ponto.
Prova de que era ‘nem-nem’ (e não uma reedição em branco-meme do ‘Diretas Já’) são os vídeos, imagens e áudios da defesa do “nem Bolsonaro, nem Lula” entre os poucos que foram às ruas.
A pauta do dia não tinha como dar certo.
Como poderia o MBL reunir gente na rua sem as pautas bolsonaristas que sempre defendeu, como escola sem partido, fechamento de exposição de arte, Mandela ladrão e etc.? A resposta talvez só Ciro achasse que sabia.
Como opinei em Golpe do Pica-Pau-Amarelo: Bolsonaro não me faz de trouxa; O abusador sempre pede desculpas, e em links relacionados no artigo, se Bolsonaro não me fez de trouxa, menos ainda o MBL. Num segundo turno entre Lula e Bolsonaro, que é o cenário mais provável, o público que o movimento acha que tem não é uma certeza contra o mitômano.
Como tratei em Bolsonaro lembra ’Hitler de Luciana Gimenez’; Pop It de 7 de setembro é a ’Pornochanchada da Cervejaria’, o ‘mito’ já cometeu o Putsch da Cervejaria. Tentou o golpe e, como a reação das instituições não avançou mais do que de notas para pronunciamentos de repúdio, tem ele um ano para preparar o próximo 7/9.
Talvez nem seja necessário.
Como Lula ainda é percebido como diabo de tantos, Bolsonaro poderá ser o deus de muitos.
Usemos a lógica pensando no exemplo local.
Em um segundo turno “polarizado entre os extremos”, onde você acha que estarão políticos de centro e centro direita de Viamão? E aqueles assombrados pelo fantasma da sobrevivência política, que precisam do voto desde o evangélico ao fanático pelo bolsonarismo?
Em Viamão, o termômetro do segundo turno nacional será a posição de nossos principais políticos no primeiro turno. Sim, porque no Grande Tribunal das Rede Sociais o “tu é Bolsoanro ou Lula?” será cobrado pelo eleitor durante toda campanha eleitoral.
Não esqueçam: o 7 de setembro por aqui teve a presença de líder dos napoleões de hospício nos discursos golpistas. Onde estarão eles no ano que vem? E os que consideram Bolsonaro um imbecil?
Nem era preciso, mas as falas de lideranças políticas locais neste fim de semana reforçam que PDT e PT não estarão no mesmo palanque apoiando Lula – ao menos no primeiro turno.
E os demais?
Multiplique essa dúvida Brasil afora.
O Bolsonaro de 2022 é o mesmo de 2018.
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