Já são 531 vidas perdidas em Viamão: pandemia segue letal em em abril; O detector de mentiras do Bial

IMAGEM: Cristiano Abreu

Se por decreto a pandemia está cinza no Rio Grande do Sul, a bandeira preta da ‘ideologia dos números’ segue hasteada. Viamão é exemplo. A queda no número de vidas perdidas é de 36% na comparação entre março, o pior mês da COVID, e os primeiros 20 dias deste abril em que chegamos a 531 casos. 

São 59 neste mês; 166 em março; 290 neste ano. A seguir a estabilidade, neste ‘platô’ nas alturas do Morro Santana, abril encerrará com 88 óbitos por COVID-19.

A média diária de mortes é de 2,95; em março foi de 5,35. O número de casos cresceu de 7.066 no último dia de março para 7.153 ontem. 

A ocupação de leitos de UTI segue entre 90% e 100%.

A diferença entre nascimentos e óbitos já vinha caindo gradualmente no Brasil, mas o excesso de mortes durante a pandemia está acelerando o encontro destas duas curvas, algo que o IBGE projetava que deveria acontecer apenas daqui a mais de duas décadas, em 2047.

Os dados incluem mortes por todas as causas e ainda são preliminares. Há um prazo médio de dez dias para que os óbitos e nascimentos sejam registrados nos cartórios e para que as informações sejam colocadas no sistema – portanto, ainda não tenho dados de abril.

Ao fim, não é preciso o detector de mentiras do Bial. A ‘ideologia dos números’ mostra que o fim da pandemia, e o 'novo normal', estão tão longe quanto a vacina da população.

Lembra-me Maiakóvski:

 

Cuspindo,

tirados os sapatos

galgo os degraus

A dor no coração não silencia,

começa a selar elo a elo.

Foi assim

que o assassino

Raskólnikov

veio tocar a campainha.

 

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