Virada extraordinária do Internacional. Tática, técnica e, principalmente, EMOCIONAL! Embora o susto inicial, a noite teve o selo da “perfeição”, com direito a festa e comunhão entre os jogadores, a torcida e até mesmo a direção — já que os esforços recentes foram essenciais. Momento também de afirmação de Mano Menezes na casamata alvirrubra. Leitura apurada, escolhas acertadas na escalação e nas trocas, repertório, volume e ofensividade. Enfim o Inter voltou a praticar Futebol Além do Resultado que gera resultado. Após longo e tenebroso inverno. Que tenha continuidade…
Além do grupo de jogadores superior tecnicamente em relação ao adversário — algo que não bastou semana passada —, o emocional do Inter foi o grande diferencial da noite no comparativo com as últimas temporadas. Nada de “acadelamento”, submissão, indiferença. Houve raça, poder de reação e sangue nos olhos. Houve o Beira-Rio voltando a rugir. Houve, sobretudo, a mão do treinador. Organização. Repertório tático.
A dinâmica de meio-campo foi a grande fiadora da jornada, potencializando as individualidades. Com a bola, uma espécie de 4-4-2 losango: Gabriel recuado, Edenílson e De Pena pelos corredores internos e não mais presos e limitados pela linha lateral. Alan Patrick à frente deles. Futebol se ganha, se perde e se empata é no meio-campo! Na etapa final, migração para o 4-3-3 com Taison aberto à esquerda, Pedro Henrique na camisa 7 e Alemão na centroavância. O volume foi ainda maior.
Após o quarto gol, era preciso, então, pensar mais e acelerar menos. Outro acerto de Mano com a troca de PH por Maurício. Acho que 11 em cada dez colorados prefeririam Estêvão, mas a figura do meia estava posta. Na camisa 9, porém, uma divergência com o comandante. David já demonstrou ‘n’ vezes que dificilmente terá sucesso como jogador terminal. Sem Alemão, estafado, eu teria dado a derradeira oportunidade a Wesley Moraes. Embora todos os emboras.
Além de Mano, o momento positivo do Inter possui outro personagem emblemático. Discreto, nada midiático, mas que sintetiza a evolução do time: Gabriel Mercado. Pela liderança, versatilidade e qualidade individual. Como zagueiro central, camisa 4 ou lateral-direito. Sem falarmos no caráter sanguíneo típico dos atletas forjados às margens do Rio da Prata. Falando em sistema defensivo, Moledo foi outro que ingressou muito bem na etapa final.
Agora, a maior polêmica da noite. Pelo menos nas minhas Redes Sociais. Fabrício Bustos ainda não disse a que veio! Talvez eu esteja esperando muito do camisa 16, entretanto, o argentino tem contribuído pouco na peça ofensiva. O que é um desperdício, já que a mecânica faculta aos laterais presença quase assídua no campo de ataque. Quantas vezes ele chega ao fundo? Quantos gols já assinalou na temporada? Quantos passes-chave ou assistências? Quantas vezes ingressa pelo meio trocando de função com o extrema/ponta? Pode e precisa evoluir. Pelo menos na minha singela opinião.
Embora o Coco-Colo tenha deixado a desejar, sobretudo na comparação com a semana passada, a evolução do Inter em relação a ele próprio é óbvia, pública e notória. A classificação, após a desvantagem de 3 gols , pode ser a tão esperada “virada de chave” na recente história colorada. Tomara que Mano Menezes continue fazendo o Inter ressurgir das cinzas. Feito Fênix.
E que não seja para um voo de galinha…