Miro Rodrigues é a primeira baixa do PSol, que estreia novo momento com eleição de Guto Lopes. Deve reforçar debate interno contra Dédo Machado
Miro Rodrigues deixou o PSol.
Candidato em outubro, viveu um momento de frustração com os votos que recebeu: 158. Depois, repensou. A política é tipo cachaça: não há rehab que cure com tanta oferta a cada esquina.
– Acho que dei minha contribuição no PSol e encerrou. Mas se quiser ser um cara de esquerda, para onde ir em Viamão? – diz Miro.
O PDT é o destino.
– Minha mãe trabalhou para o deputado Floriceno Paixão, que era do PDT. Ele é o pai do 13º. Então tem uma ligação.
Floriceno foi deputado federal por cinco mandatos – cassado pelo regime militar em 1969. Brizolista, trabalhou pela Legalidade em 1961 e defendeu o governo João Goulart até que os militares tomaram o poder em 1964.
A história que o coloca como pai do 13º surgiu em 1962, quando Floriceno foi o autor do projeto de emenda constitucional que instituiu a gratificação a todos os trabalhadores.
Nasceu em Taquara e morreu aos 91 anos em Porto Alegre, vítima de uma doença neurológica ou degenerativa.
Dédo ou Godoy?
Sobre o passado, ok. Mas o presente e o futuro do PDT?
– Nem Dédo, nem Godoy. Sou Brizola e Floriceno – desconversa Miro.
Ele, no entanto, conversou com Godoy – que é quem vai lhe garantir a filiação. Deve engrossar o coro contra o ex-petista internamente.
Dédo foi o grande articulador em plenário do projeto que mudou o uso da área da antiga fábrica da Mu-mu, considerado simbólico pelo governo e pelo prefeito Valdir Bonatto.
Miro era contra.
No facebocck, chamou o caso de "doação" e dizia que a área deveria ser usada para outros fins – coletivos, de preferência – e não por uma empresa privada.
Miro talvez seja o primeiro de uma série de filiações que Godoy anda prometendo para garantir o PDT do seu lado – e distante de Dédo, cada vez mais secretário do governo André Pacheco.