Ele me disse “acho que tu te preocupas demais com isso, devia se deixar levar um pouco”, ao mesmo passo que eu disse “queria ser um pouco mais como tu”. E quando eu pensei em desistir, ele me disse "quem sabe não tenta mais um pouco?", ao mesmo passo que eu respondi, "o que me falta é essa tua perseverança no incerto".
E cá estou eu, contemplando todos os começos mais difíceis e todos os finais vitoriosos, contemplando toda a perda e todo o ganho. Muito mais do que isso, estou aqui vivendo tudo aquilo que não abandonei quando senti medo, e desfrutando dessa coragem que eu não sabia que me habitava.
De novo contemplando alguém que eu não acreditava que seria, e que agora sou. Ainda não sou tudo o que idealizei, e na verdade nunca serei. O idealizado é falso, e eu sou real.
Nesse processo de experimentação, descobrindo minhas infinitas facetas, entre a covardia e a nobreza, fui tantas e ainda quero mais. Mais disso e daquilo, quero esse incentivo dos que me rodeiam e a força necessária para continuar.
Muito embora tentar demande esforço, não tentar é demasiado inerte para mim. Sou todo o movimento que faço, e trabalho para sair do lugar, independente do erro. Visto que errar é algo impossível de evitar, então eu erro, para depois acertar.
Eu quero esse sol debaixo dos meus erros, e essa chuva que cai em cima de todos os meus acertos. Eu quero essa brisa que continua passando, ao lado de todo esse fluxo de vida, que me instiga a seguir.
Eu quero esse mar que se faz tão perigoso ao olhar, e tão mais calmo ao entrar. Eu quero essa sensação de que não vai dar certo e depois a satisfação do acerto, e se não do acerto, da tentativa que mirou o acerto.
Estive aqui todo esse tempo, e os que estiveram comigo puderam ver, que tentei tantas vezes e que continuo tentando. Isso é viver. Ele me disse "e não valeu a pena seguir em frente?", ao passo que eu respondi: "e não é que valeu?".
Com amor,
Alice.