Operação que investiga corrupção na Granpal está diretamente ligada à Operação Capital; Platão e a ’Lava Jato Viamão’

Como apurou o jornalista Cristiano Abreu, a Operação Academus, deflagrada pela Polícia Civil gaúcha, investiga crimes contra a administração pública e teria como principais alvos políticos de Viamão. Os alvos da operação têm relação com Consórcio da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre, a Granpal. A DECOR apura se ocorreu a prática de crimes licitatórios, corrupção, associação e organização criminosa, entre outros.

Oficialmente, a DECOR não confirma o período em que os crimes teriam sido praticados. Mas o jornalista Cristiano Abreu apurou que se trata do período em que o ex-prefeito André Pacheco (PSD) presidiu a entidade (2018/2019). Além do ex-prefeito, um vereador do município estaria entre os investigados. Dedo Machado (MDB), eleito em 2020, era executivo de Pacheco na entidade, mas a PC ainda não divulga nomes.

Diário de Viamão tenta contato com os políticos.

 

Sigo:

Ao fim, se confirmada a participação dos mesmos elementos da ‘Lava Jato Viamão’, o que tratei em artigos como ’Lava Jato de Viamão’ bloqueia 15 milhões em bens de prefeito e réus; leia diálogos, o nome de Operação Academus pode ir além da referência ao semideus grego que deu origem à palavra academia, relacionada com as supostas irregularidades envolvendo contrato de mais de R$ 300 milhões.

Platão ensinava em um jardim de oliveiras consagrado a essa divindade em Atenas. E era contada na República do Pai da Filosofia a história do Anel de Giges, pastor que roubou anel de cadáver, o que lhe garantiu invisibilidade e o fez cometer inúmeras ilicitudes.

A alegoria trazia o questionamento sobre o que seríamos capazes de fazer sem ninguém para olhar os nossos atos. Como bem resume o filósofo João Paulo Lordelo, com Platão observamos uma relação muito interessante entre moral e controle (fiscalização): “em ambientes com intensa reflexão moral, a fiscalização se torna menos necessária. Por outro lado, quanto menor a reflexão moral, maior a necessidade de controle”.

Fiz-me entender?

De qualquer forma, mantenho minha posição de sempre de não garantir aos políticos, e a qualquer pessoa, apenas a presunção de culpa. Aguardemos as investigações de mais uma operação neste ano envolvendo políticos, conduzida pela polícia do secretário de Segurança e vice-governador Ranolfo Vieira Jr.

E, já que falamos em Platão, associo-me a uma de suas frases clássicas: "Quem comete uma injustiça é sempre mais infeliz que o injustiçado".

 

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