OPINIÃO | Parecer é míssil coreano em aterros de Viamão e Glorinha

Gigantes do lixo travam guerra comercial de bastidores para instalação de centrais de resíduos na região

Cairá como um míssil intercontinental da Coréia do Norte o parecer do grupo técnico do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí contrário à instalação em Viamão de um aterro sanitário da Solvi/CRVR.

Por Glorinha ter 9 a cada 10 de seus 323,6 km² de território dentro de uma Área de Proteção Ambiental (APA), o raio da explosão também deve atingir os planos de instalação no município de uma central de resíduos e termelétrica pela Estre.

O Solvi, grupo de capital nacional que detém o monopólio dos resíduos sólidos no Rio Grande do Sul a partir da mega-célula de Minas do Leão e outras, e a Estre, maior ‘lixeira’ da América Latina e com capital aberto lançado na Nasdaq, travam uma silenciosa, poderosa, influente e endinheirada ‘guerra do lixo’ que nas próximas décadas, com o fim da vida útil de outros aterros em solo gaúcho pode transformar as duas cidades no destino final de toneladas de detritos de praticamente todos os municípios da Região Metropolitana, Vale dos Sinos, Litoral e Serra.

Diário de Viamão teve acesso com exclusividade ao documento de 11 páginas que está chegando às mãos de conselheiros do Comitê e do Conselho da APA do Banhado Grande – órgãos que podem vetar os empreendimentos mesmo no caso da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) autorizar licenças de operação.

Na próxima segunda-feira, 14h, no Glorinha Futebol Clube, o Conselho da APA se reúne para debater a polêmica que confronta diferentes opiniões de políticos, empresários, moradores e sitiantes da região, uns seduzidos pelos investimentos milionários, retorno de impostos e promessas de centenas de empregos, outros assustados com a possibilidade da vizinhança se tornar o que chamam de ‘lixão’.

Nos 120 dias de elaboração, o estudo reuniu técnicos e representantes de Ufrgs e Ulbra, prefeituras de Viamão, Glorinha, Gravataí e Santo Antônio da Patrulha, sindicatos rurais de Viamão e Alvorada, além da associação do assentamento Filhos de Sepé, maior produtor de arroz orgânico do Estado, e concluiu pela “inviabilidade do empreendimento nas áreas selecionadas”.  

No parecer, o centro da ogiva da bomba verde contra os mega-empreendimentos é nota técnica de inquérito civil público aberto pelo Ministério Público (que considera imprópria a instalação em áreas tão próximas a lençóis freáticos e às zonas de amortecimento da Unidade de Conservação (UC) Refúgio da Vida Silvestre Banhado dos Pacheco e da APA do Banhado Grande) e antecipa uma longa batalha no tapetão dos tribunais.

Clicando aqui dá para conferir na íntegra o documento, que apesar de ter um pouco de ambientalês, é bem fácil de entender e visualizar nos gráficos apresentados.

E navegando pelos links inseridos neste artigo de opinião você fica sabendo mais sobre essa história que cheira à polêmica.

Odor que, ao fim dessa novela das 23h certamente terá nas cenas dos próximos capítulos a dúvida: bom, ou ruim, pra quem?

 

 

 

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