Viamão chega aos 275 anos com muitos avanços em seu horizonte. A cidade, ainda que pacata em sua área central e também nas zonas rurais, cresceu em população – 250 mil habitantes, mas, tem um potencial enorme para tornar-se sede de grandes empresas, que trazem junto o crescimento e a modernização. A partir desta quinta-feira, o Diário de Viamão leva você aos nós da cidade: os problemas com energia, o abastecimento de água e a infraestrutura das estradas que cruzam a cidade. Mais do que isso, fomos atrás das respostas e alternativas para Viamão seguir crescendo.
Na primeira matéria da série, o desafio é o fornecimento de energia elétrica. Na região central, o comércio é o principal afetado pelas quedas e faltas de energia que ocorrem. Já nas áreas rurais, como na região de Águas Claras, os moradores são quem sofre com a instabilidade e o problema piora com a chegada do verão.
O presidente do Sindilojas Viamão Valter João da Cunha explica que o problema afeta os lojistas e as empresas da cidade e ressalta que é preciso buscar uma solução, para que o município siga se desenvolvendo.
— A falta de energia afeta o dia a dia de nossos comerciantes. Em minha empresa, chegamos a orçar um gerador, mas os custos acabam sendo muito altos para o pequeno e o médio empresário. Poderíamos atrair muitos outros investimentos com a solução do fornecimento de energia.
Valter Cunha garante o tema está na pauta do Sindilojas e deve ser debatido junto com a CEEE nas próximas semanas.
CEEE afirma que investimentos são realizados constantemente
O chefe da agência CEEE Viamão, Cristiano Freitas, ressalta que duas subestações de energia atendem exclusivamente a cidade e a capacidade ainda é suficiente para a população.
— Enfrentamos alguns problemas em virtude da manutenção que deve ser constante. Por isso, realizamos trabalhos diários de melhorias, com prioridades definidas pela análise de risco e onde há reincidência. Hoje, nosso maior desafio é a área rural. Até o final do ano, estaremos com uma série de melhorias para resolver isso.
Área rural é diretamente afetada
Na zona rural, não são somente empresas, mas os moradores que mais sofrem com a falta de energia. Em Capão da Porteira, até mesmo a missa da Paróquia Santa Teresinha teve que ser rezada com a utilização de outros meios, como os faróis de um carro para iluminar o espaço. Com 29 anos de batina, o padre José Inácio Sant’Anna Messa lembra que, em um ano e meio, foram incontáveis as vezes em que a igreja ficou às escuras.
— A falta de luz em nossa região é diária. A comunidade está buscando reuniões junto à CEEE e aos órgãos competentes para que seja feita a melhoria do fornecimento de energia.
Solução que vem dos ventos da Lagoa dos Patos
A chamada Central Elétrica Pontal capta energia dos ventos desde 2015 para a cidade de Viamão. O parque eólico ainda não está a pleno funcionamento, mas já é responsável por parte da energia consumida na cidade. O representante do Grupo Oleoplan, Rogério Walau, ressalta que os investimentos seguem sendo realizados na cidade.
— Serão investidos R$ 280 milhões para o funcionamento dos parques eólicos em Viamão. Após a conclusão dos trabalhos, a energia gerada poderá abastecer a cidade e ainda fornecer energia para municípios do entorno.
Com a chegada do parque eólico, as expectativas da população podem ser revertidas. Dessa forma, talvez o abastecimento de energia deixe de ser um entrave e passe a ser um ponto positivo para que o município receba novos empreendimentos.