Pode chamar de Amanda

Amanda Moresco estreia hoje como colunista das quartas-feiras no Diário

Diário estreia hoje uma nova – e diferente – colunista: Amanda Moresco. Ela é de Viamão, traz seus textos com um toque de heroísmo e picância – e fotos bem bacanas

 

Tudo que cresce também tem que se renovar.

O Diário cresceu – já passamos das 200 mil leituras em menos de três meses – e ampliamos nosso leque de colaboradores locais. E a primeira estreia dessa nova fase é a coluna de Amanda Moresco – mas pode chamar de Amanda.

Bem, Amanda não é exatamente de Viamão: ela nasceu em Porto Alegre, mas veio ainda com um aninho para as terras de cá. Cria do Stella Maris e, depois, do Maristas, quis fazer Agronomia.

– Meu pai dizia para estudar.

Fez a faculdade até a metade. Depois, o mundo foi o limite.

– Dei aulas de inglês até que descobri a fotografia.

Mas calma lá: primeiro, veio o blogo.

– Eu escrevia mas não mostrava para ninguém. Só para o meu namorado – conta.

Lucca Lona, músico, viu que as palavras de Amanda sobre o papel tinham algo a mais. E dele veio o primeiro incentivo para criar o blog que mantém até hoje – confere lá, clicando aqui.

– Começou com crônicas. Depois, percebi que tinha que ter outros assuntos mais atrativos. Aí comecei com design, moda, maquiagem.

É então que a fotografia chega.

– Tinha que ter fotos minhas para ilustrar as coisas. Nessa época, meu namorado queria comprar uma câmera para fazer uns vídeos. Dividimos o investimento e eu me apaixonei.

Amanda passou a ter uma companheira diária – sua câmera de fotografia. Viu tudo que lhe passou pela frente na internet.

– Aí comecei a ser chamada para alguns trabalhos.

Vai virar profissão.

– Quem sabe abrir um estúdio, um escritório de fotografia?

Há algumas semanas, a Amanda procurou o Diário e a gente resolveu abrir uma coluna só para ela – tema livre, vale tudo. O único combinado é não falar de política – esse assunto, quem trata é a Redação do jornal.

Então, tá valendo: com vocês, Amanda Moresco, mas pode chamar de Amanda.

 

A primeira coluna da Amanda  no Diário pode ser lida clicando aqui ou abaixo. Sempre às quartas. Até!

 

Relatos sobre uma calcinha fio dental

 

Ok, partindo desse título você deve estar imaginando que lá vem bomba. E realmente vem, pois calcinha é uma coisa complicada em vários sentidos. Primeiro que ela envolve uma parte do meu corpo que eu nem sei como chamar. Se eu falo "buceta", sou bagaceira. "Vagina" é meio correto demais. Quando falo "pepeca" me sinto como uma criança de 8 anos. Há quem dê nomes como Preciosa, Perseguida, Berenice.

Calcinha nunca foi uma coisa simples. Sempre prezei pelo meu conforto, ainda mais na época da adolescência em que viver já é desconfortável. Gostava – e ainda gosto – de calcinhas mais largas, pois tenho a maldita genética das "ancas largas". Cintura fina, mas ancas largas. É só usar uma alcinha mais fininha e eu já tenho uma anca dividida em duas, como dois gomos de bergamota. Diz minha vó que ancas assim são boas para parir; eu digo que ancas assim são boas para trancar a calça jeans no meio do caminho.

Calcinha é aquele tipo de coisa essencial, mas que ninguém precisa saber que você está usando (assim como cera quente para depilar o buço). Acontece que muitas vezes todo mundo sabe a roupa íntima que você está usando, e você nem precisa tirar as calças para isso, pois o elástico da sua calcinha diz tudo. Eu já fui motivo de chacota em meu grupo de amigas, pois eu não tinha duas nádegas, e sim quatro. E foi aí que eu resolvi comprar meu primeiro fio dental.

Cheguei na loja de roupas e fui diretamente à sessão de roupas íntimas com o intuito de transformar minha bergamota em uma bunda consideravelmente bonita. Gente, desculpa, mas eu acho horrível a sensação de comprar calcinhas em público. Eu escolho, dou uma rápida analisada para ver se está tudo nos conformes e ponho rapidamente na bolsa de compras, pois se eu levantar a calcinha fio e admirá-la, pessoas ao meu redor darão aquela olhada do tipo "hmmm, hoje tem!".

Quando vesti minha calcinha fio pela primeira vez, pensei "agora entendo o motivo por que minha vó usa quase um para-quedas". É confortável e ponto! Sendo bem sincera, não vejo problemas em "desatolar" a calcinha da bunda, mas e quem tem vergonha faz como? E é sempre aquela velha história: você acha que ninguém está vendo, mas todo mundo já sacou aquela sua paradinha atrás do arbusto.

Gostando de rótulos ou não, sua calcinha fala por você. Comecei a acreditar nisso no Natal de 2014, quando minha tia resolveu dar uma calcinha a todas as sobrinhas. Minhas primas abriam os pacotes e a mulherada ia à loucura com o poder sensual que aquelas calcinhas carregavam: vermelhas, brancas, de lacinho, com renda e tudo o mais que você possa imaginar. Abri meu pacote seguindo o mesmo ritmo das outras e quando tirei a calcinha para fora, o que antes parecia uma selva virou um silêncio constrangedor. A calcinha era larga, rosa bebê, de algodão com um coraçãozinho na traseira escrito "I love you". Segundos depois, uma de minhas primas começa a ter um surto de riso, e o que era um silêncio constrangedor se transforma na sessão vamos praticar bullying com a Amanda.

Minha tia olhou para mim e disse "é que a Amanda ainda é pura". Até hoje me pergunto se "pura" significa "recatada e do lar" ou apenas "olha para a cara dela, óbvio que ela não transa. A última vez que viu pênis foi no livro de Biologia da escola".

Enfim, há quem utilize apenas fio dental; há quem defenda o uso de calcinhas largas e confortáveis; há quem não use calcinha! E há pessoas, assim como eu, que usam a primeira que aparece na gaveta. Se você está contente com sua calcinha é o que importa, e se alguém reclamar é porque não conhece o tesouro que há por baixo dela.

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