A Prefeitura mantém o silêncio, sem responder ao Diário de Viamão, sobre a revogação da lei 4951/2020, que concede reposição salarial ao quadro geral de servidores. Enquanto isso, a presidente do Sindicato dos Municipários de Viamão (SIMVIA) cobra – com razão – uma posição da Administração.
Maria Darcila Tinoco fez duras críticas ao tratamento dado por Russinho à categoria. Na noite da terça-feira (9), a dirigente sindical publicou uma carta aberta classificando a atitude do prefeito em exercício como "palhaçada" e afirmando que o gestor "brinca com a esperança" dos trabalhadores do município.
Leia na íntegra:
"Tem governos que não valorizam o Funcionalismo, já é comum em Viamão. Mas esse governo se superou. Fez todo mundo de palhaço. Disse que daria 5%. Veio com desculpas e mais desculpas para não dar reajuste nenhum. Só brincou com a ESPERANÇA das pessoas.
O que é 5% pra quem ganha pouco? Mas pelo visto vai fazer falta para o Prefeito. Um governo mal assessorado, que não sabe de leis, não sabe o que pode ou o que não pode. A cada questionamento do SIMVIA, não sabem o que responder.
O governo poderia, sim, ter dado os 5%, se quisesse. Não precisava ter jogado com a vida das pessoas que estavam esperando um reajuste de 5%, que agora, novamente, apunhalado (SIC) pelas costas, vê (SIC) seu miserável reajuste sendo retirado depois de votado, assinado pelo Prefeito e sancionado pela Câmara.
Mas ainda tenho esperança. Os vereadores estão do lado do Funcionalismo e NÃO vão votar a favor da retirada. As justificativas do governo sobre o Auxílio Emergencial não seria desculpa se o Prefeito tivesse pago o reajuste na data base dos funcionários, que é em março. Lamentável a atitude do Prefeito, que não cumpre com seu dever com o Funcionalismo, que, em vez de dar um reajuste que a classe trabalhadora merece, ainda retira o pouco que deu."
Entenda o caso:
A coluna acompanha desde o início a saga da reposição salarial anual dos servidores públicos de Viamão. É tanto vai não vai que ficou pior que novela mexicana, conforme comparei no artigo Reposição salarial do funcionalismo volta para a Câmara; Além de parcelado, dinheiro será menor. Só que a coisa ficou pior.
No dia 28 de maio, Russinho encaminhou projeto de lei reduzindo de 5% para 4,31% o percentual concedido aos concursados do quadro geral em 30 de abril. Dias depois, voltou atrás.
Conforme o SIMVIA, já havia até a previsão para pagamento dos novos valores a partir de junho, e da diferença retroativa a março em duas parcelas (junho e julho), o que não aconteceu.
A demora indicava que algo havia nos bastidores.
No dia 4 deste mês, Russinho enviou novo projeto ao Legislativo. Dessa vez, revogando integralmente a lei 4951, que estabelece o percentual e autoriza o pagamento.
Ou seja, já era aumento.