Você deve conhecer algum amigo, primo ou vizinho que vive espirrando ou que necessita da ajuda de descongestionantes para o nariz. Mas você sabe quem é o principal responsável? A estação mais florida do ano! Você leu certo: a maior vilã dessa história é a primavera, ou melhor, os polens liberados pelas flores. A intensidade dos espirros, das coceiras e da coriza aumenta devido a umidade e o grande volume de pólen no ar. Todos esses fatores juntos podem causar renite, conjuntivite e asma.
A temperatura quente ajuda na proliferação de ácaros, podendo causar ainda outras crises como a dermatite alérgica, por exemplo. Segundo o Dr. Nelson Rosário, coordenador do Departamento Científico de Imunoterapia e Imunobiológicos da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), existem regiões do país mais propicias a essas reações alérgicas.
– Originalmente, esta alergia foi descrita em Curitiba e depois se observou que em outras localidades do Sul do Brasil também havia pacientes com doença polínica. Mudanças climáticas têm contribuído para o aumento da frequência desta alergia. As plantas crescem rapidamente e produzem mais polens. O aquecimento global antropogênico resulta no florescimento mais precoce, com isso a estação polínica começa mais cedo e se prolonga mais que o habitual – afirma o especialista.
Como identificar a alergia?
Tecnicamente falando, a alergia é uma defesa do nosso organismo a alguma substância ameaçadora. Essa reação pode ser inofensiva ou agressiva, tudo depende da predisposição genética de cada individuo. Várias substâncias podem provocar a alergia, principalmente os polens, o látex e os ácaros. Para o coordenador da ASBAI, Dr. Nelson Rosário, quando os polens das flores entram em contato com mucosa dos alérgicos se desencadeia uma reação inflamatória bem parecida com a rinite e a conjuntivite, juntas.
– Ocorre uma sucessão de espirros, o nariz, os olhos e a garganta coçam intensamente; há congestão nasal e os olhos se tornam vermelhos e lacrimejantes. Alguns alérgicos ao pólen apresentam asma, com tosse, chiado e dificuldade respiratória – explica.
Entre flores e espirros
Kris Rosa, 21 anos e operadora de caixa, sofre com a rinite alérgica. Durante a primavera, se preveni ficando longe de flores e diminuindo o uso de cremes e perfumes. Para a jovem, a mudança de temperatura e o aroma das flores são os principais causadores das alergias.
– Eu preciso usar remédio descongestionante toda à noite! Quando estou muito atacada da rinite, faço chá ou nebulização com soro para conseguir respirar – relata.
Outro alérgico de plantão é o Mateus Sena, 24 anos e músico, que sofre com rinite e sinusite. Durante o tratamento, faz uso de vapor de chá e raramente utiliza remédios antialérgicos.
– O que mais me afeta mesmo é a poeira. Essa estação tem cheiros fortes de flores e dos perfumes das pessoas. Quando ando na rua encontro uma grande quantidade de perfumes, o que me deixa muito mal – afirma.
Atenção, alérgicos! Como se previnir?
Para os alérgicos ao pólen, o correto é evitar passeios em jardins em dias com muito vento. Nos locais fechados, verificar se os filtros do ar condicionado estarão limpos, dessa forma os polens não penetram no ambiente. Outro cuidado muito importante é a proteção dos olhos. É aconselhável utilizar óculos de sol e evitar exposição em janelas de casa e dos carros.
– Além de medicamentos antialérgicos para o controle dos sintomas da alergia ao pólen, há possibilidade de utilização de vacinas com extratos alergênicos específicos. Estas vacinas podem ser de uso injetável ou por via sublingual, sempre com a indicação e o acompanhamento de um médico – aconselha o Dr. Nelson Rosário.