Quem passa por aperto financeiro sabe que é preciso eleger prioridades. Então, imagina quando essas escolhas passam por necessidades básicas como pagar a conta de água ou de luz, comprar o gás ou até mesmo colocar comida na mesa? Pois essa é a realidade de milhares de mães que vivem em comunidades carentes de Viamão e que na maioria das vezes são as únicas responsáveis pelo sustento de famílias inteiras. Para elas, cada decisão representa abrir mão de algo, e qualquer ajuda se torna indispensável.
Optar pelo essencial faz com que essas mulheres, que já vivem na periferia, fiquem ainda mais isoladas no aspecto social e cultural. Essa é a conclusão da Central Única das Favelas (Cufa)
– A mãe que a gente está falando, ela consegue o dinheirinho dela e vai escolher entre botar crédito no celular ou comprar o leite, o arroz e o feijão? E com a pandemia, o telefone virou a única ferramenta de estudo das crianças. Parece mentira, mas em pleno 2020, essas famílias estão desconectadas – diz Giovani Centeno, coordenador da Cufa em Viamão.
Para enfrentar essa realidade, a Cufa/RS iniciou em setembro o projeto Mães da Favela On. A meta é fornecer, por seis meses, chips de celular com ligações e redes sociais ilimitadas (WhatsApp e Facebook), 1 GB de internet para uso livre e 24 horas de Internet controlada para estudos (acesso controlado a conteúdos de educação, negócios e cultura. De acordo com Giovani, a curadoria será feita pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). O projeto é realizado em parceria com as empresas Tim e Alô Social.
– Essa é uma continuidade do projeto Mães de Favela, desenvolvido em todo o país pela Cufa – explica Giovani.
Segundo o coordenador local, em Viamão serão distribuídos chips para 1.000 mães previamente cadastradas. O lançamento do projeto ocorre nesta sexta-feira, dia 16.
– As famílias foram selecionadas a partir de cadastro realizado em setembro – completa.
Palavra de especialista
Levantamento do instituto de pesquisa Data Favela/Locomotiva aponta que mais da metade dos estudantes que vivem em favelas brasileiras não estão assistindo aulas à distância. Entre as principais justificativas estão a falta de aparelhos adequados e a velocidade de conexão insuficiente.
O diretor e fundador do instituto Renato Meirelles declarou ao site IP News que a iniciativa colabora com a garantia do direito à educação nas favelas, que não está sendo cumprido por falta de acesso à internet.
Alô Social
Cada mãe receberá um chip e durante seis meses, com direito a:
– 24h por dia de WhatsApp gratuito;
-24h de Facebook liberado;
– 24h por dia de ligações para todo o Brasil e para qualquer operadora;
– 1 GB de Internet livre;
– 24h de Internet controlada para seus filhos(as) estudar em casa, conteúdos de educação, negócios e cultura – a curadoria será feita pela UNESCO);
*É necessário que a família disponha de um smartphone.
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