Já diziam os Tribalistas: “Vamos para avenida/Desfilar a vida/Carnavalizar!”. Todo brasileiro sabe que o carnaval acontece 40 dias antes da páscoa, é uma festa popular e o ano só começa depois da quarta-feira de cinzas. Mas nem todo mundo lembra que essa tradição é comemorada em muitos lugares pelo mundo.
O carnaval brasileiro tem origem nas comemorações de rua portuguesas, com tintas, ovos e farinhas, com influências dos povos africanos e indígenas. Toda essa mistura fez com que cada região adquirisse uma maneira diferente de comemorar. No Rio de Janeiro e São Paulo, os carros alegóricos gigantescos animam as comunidades e colorem as telas das televisões. Já em Salvador, o povo dança e pula atrás de trio elétricos. Em Recife e Pernambuco, o ritmo mais tocado é o frevo. Aqui no Sul, também temos escolas de samba que se preparam o ano todo para desfilar, os blocos de rua que ensaiam em todas as estações e os bailes de máscaras e fantasias dos clubes privados. Mas afinal de contas para que serve o carnaval? Analisando todos as alternativas percebemos que essa festa, mais do que democrática, serve para o povo se manifestar. É, talvez, o único momento do ano que os povos ocupam as ruas para cantar a mesma música, dançar a mesma coreografia e festejar a vida. Não há preconceito.
Mas o carnaval também é um ritmo de passagem, ele marca o final de um ciclo. Convenhamos, queridos, quem aqui nunca afirmou que só iria planejar o ano após o carnaval? É depois dessa festa que as aulas começam, que o trabalho fica chato, que as saídas durante a semana ficam mais cansativas, que as idas e voltas até a praia não tem mais graça, que o frio começa a dar as caras… enfim, a caretice retorna ao seu lugar preferido para comandar os nossos dias e guardar a boa e velha fantasia no armário.
Há quem não goste do carnaval. Há quem fuja do país para não ver os desfiles carnavalescos. Há quem se feche em casa para não ver os raios de sol. Há quem brigue com o mundo por causa da felicidade alheia. Mas há muitos foliões pelas ruas cantando a alegria. Há muitas crianças que guardaram na memória os bailes de carnaval. Sempre existe uma Colombina a procura do Arlequim para viver uma fantasia real.