“A minha principal bandeira é a geração de emprego e renda, com foco na oportunização do primeio emprego aos jovens que estão querendo ingressar no mercado de trabalho e não têm a experiência necessária”.
Já mandou cortar o terno da posse, vereador?
— Não! É muito cedo ainda. Tudo tem seu tempo, sua hora. Vamos com calma, sem atropelos, que é para fazer a coisa certa. O terno a gente vê faltando uma semana, isso não vai ser problema.
É desta forma — com prudência! — que o vereador eleito Sérgio Jesus Cruz Ângelo, ou só Sérgio Ângelo, do Partido Verde (PV), avalia sua situação eleitoral depois de uma pendenga judicial no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
No dia da apuração da eleição municipal de domingo (02/10) os 2.072 votos dados ao candidato não apareceram na totalização. Mas Sérgio Ângelo estava tranquilo porque sabia do resultado do julgamento realizado em 27 de setembro, pelo pleno do TRE, quando sua candidatura foi considerada apta por cinco votos a favor e dois contrários.
Com a validação dos votos do candidato verde, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) ficou com apenas um vereador na sua bancada, Joãozinho da Saúde, 1.260 votos. O segundo, Carlos Bennech, 1.177 votos, perdeu a vaga.
O QUE ACONTECEU
A candidatura de Sérgio Ângelo foi colocada sob júdice, segundo ele, por uma falha humana que foi devidamente comprovada aos desembargadores do TRE.
Ele conta que assinou ficha no Partido Verde às 23h40min do dia 1º de abril, sendo que o prazo para filiações de candidatos ao pleito municipal que passou era até a meia noite do dia seguinte, 2 de abril, um sábado.
Entretanto, como o prazo para lançamento das filiações no sistema informatizado da Justiça Eleitoral era até o dia 14 de abril, a sua filiação foi colocada no sistema dia 8.
Até aí, sem problemas. Ocorre que a pessoa que fez o lançamento não observou a data correta da filiação, o dia 1º.
— O sistema pedia várias datas. A data do dia, data do lançamento e outras, e uma delas era a data da filiação. Quem fez o lançamento simplesmente colocou dia 8, o que provocou a denúncia do Ministério Público Eleitoral — conta.
Sérgio Ângelo explicou que a festa de filiação foi amplamente documentada através de fotos e testemunhos, e que a organização do PV de Viamão também reconheceu a falha em declaração encaminhada ao TRE, com firma reconhecida em cartório.
O candidato eleito à Câmara de Viamão assegura que foi esse o único problema que provocou o indeferimento de sua candidatura em um primeiro momento.
— Boato tem de tudo quanto é tipo, mas com certeza esse foi o único motivo pelo qual os votos só foram tornados válidos após o pleito, quando a Justiça Eleitoral recebeu a cópia do acórdão com a decisão do TRE.
RECURSO DO MPE
Quanto ao julgamento favorável à sua candidatura, Sérgio Ângelo confirma que o Ministério Público Eleitoral já impetrou recurso e que o caso deve ser analisado, agora, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O julgamento em Brasília não tem data e nem prazo estabelecidos.
Mas ele garante que está tranquilo.
— É uma obrigação do MP ingressar com recurso, mas estou tranquilo. A defesa está bem embasada e se trata de um procedimento normal. Assim como nós poderíamos recorrer, o MP tem a obrigação de fazê-lo, é constitucional.
PMDB VAI À JUSTIÇA
Não satisfeito com a perda de um vereador de sua bancada na próxima Legislatura, a direção do PMDB acenou com a possibilidade de impetrar ação anulando a decisão do TRE a favor de Sérgio Ângelo e garantindo a permanência de Bennech a partir de janeiro.
— A Justiça tem a missão de julgar e o que tiver que ser vamos aceitar. Até porque o partido deles também está buscando qualificar a bancada e o Legislativo.
Segundo o vereador eleito, Bennech é um excelente vereador.
— A gente respeita o PMDB e vamos esperar pelo que a Justiça definir. Seja qual for a decisão, quem vai ganhar não é o Sérgio Ângelo ou o Carlos Bennech, mas a comunidade de Viamão. Tanto um quanto outro podemos trabalhar bem pelo município.
QUEM É SÉRGIO ÂNGELO
— Sérgio Jesus Cruz Ângelo, 49 anos, natural de Viamão.
— Casado há 16 anos, tem cinco filhos, dos quais dois são biológicos.
— É formado em Direto e Contabilidade, e professor há 20 anos na rede pública estadual.
— É empresário, proprietário do grupo Koletar-Coletare. A Koletar é responsável pela manutenção da limpeza pública urbana
— Apoiou a candidatura do prefeito eleito André Pacheco, mesmo sem o PV fazer parte da coligação situacionista.