Adriano Gabiru: ’Inter é tudo pra mim’

’O Barcelona pensou que iria nos golear a hora que quisesse’, diz atacante que venceu o mundial | IMAGEM: reprodução

Autor do gol mais importante da história do Internacional, Carlos Adriano de Souza Vieira, o Adriano Gabiru, bateu um papo exclusivo com o jornalista Saul Teixeira, colunista do Diário de Viamão, em um restaurante de Porto Alegre*.

Confira:

 

Sem pensar duas vezes, o outrora camisa 16 respondeu questões como: Você se sente injustiçado pelo Inter? Quem escalava a equipe era o presidente Fernando Carvalho? Fernandão, Clemer e Iarley não se ‘davam’ com o restante do elenco? Você se sente satisfeito com o tratamento que o Inter te ofereceu depois do Mundial?

Nascido em Maceió, nas Alagoas, em 11 de agosto de 1977, Gabiru teve passagem exitosa também pelo Atlético-PR, onde conquistou o Brasileirão de 2001; integrou a seleção pré-olímpica do Brasil, em 1999, ao lado de Ronaldinho Gaúcho e Alex, além de rápida experiência no futebol francês, no mesmo período. Surgido no CSA-AL, em 1997, Gabiru defendeu ainda Cruzeiro, Figueirense, Sport, Goiás e Guarani-SP.

 

1) O que passou na sua cabeça após a marcação do gol na final do Mundial?

Adriano Gabiru: Pensei na minha família e agradeci a Deus pela bênção.

2) Na hora que você marcou o gol, não ficou com vontade de dar uma resposta à torcida e a opinião pública que tanto o criticava? Por exemplo, fazendo um gesto pedindo silêncio:

Não, não… jamais faria algo contra o time que estou jogando ou a torcida. Torcedor é assim mesmo e cobra bastante. Naquele momento realmente eu estava devendo. Agradeço ao Abel [Braga] por ter me levado ao mundial e ao grupo de jogadores do Inter. Felizmente acabei fazendo o gol e deu tudo certo. A vitória foi importante.

3) Você se sente injustiçado pelo Internacional? Falta gratidão do clube?

Não, não. O futebol é assim mesmo.

4) Você se sente satisfeito com o tratamento que o Inter te ofertou após a conquista do Mundial?

O importante é estar feliz com a família por perto e todos com saúde. O futebol é assim mesmo.

7) Qual o segredo do Inter Campeão Mundial de 2006?

O grupo de jogadores estava fechado desde o roupeiro até o presidente (Fernando Carvalho). Sem isso, não se chega a lugar algum. O elenco era muito bom e forte, contava com muitos jogadores experimentes e rodados. Fizemos história, afinal, não é todo o dia que se ganha do Barcelona, né?

8) Vocês sentiram algum tipo de menosprezo/soberba por parte dos jogadores do Barcelona antes ou durante a partida?

É (…) não temos como confirmar, mas era visível o olhar deles tranquilo, brincando uns com os outros no túnel antes do jogo. Passava a ideia que ganhariam quando quisessem e de goleada. Entramos concentrado como nunca e graças a Deus o futebol se decide é dentro de campo.

9) No meio do futebol gaúcho dizem, brincando ou não, que quem escalava o time era o Fernandão e o então presidente Fernando Carvalho. Qual era a influência deles na escalação do Abel Braga?

Não sei disso não, cara. O Abel era o treinador e o Fernandão nosso líder dentro e fora de campo. Assim como o Iarley e o Clemer. Acredito que esse papo é só boato mesmo.

10) Você ainda tem contato, é amigo de algum jogador daquele grupo campeão Mundial?

Falo muito com o Perdigão. Converso com todos, mas o que tenho mais contato é o Perdigão.

11) É verdade que o Fernandão, o Iarley e o Clemer ‘não se misturavam’ muito com o restante do grupo?

Eles ‘andavam mais juntos’, mas não tinha essa história ‘panelinha’. Era normal, como ocorre em qualquer trabalho, a gente conversa com quem tem mais contato.

12) Quem foi o melhor treinador que você trabalhou?

Para mim foram três, posso dizer três? O Geninho [técnico durante o título do campeonato brasileiro em 2001, pelo Atlético-PR], o Vadão [Osvaldo Alvarez, no mesmo clube] e o Abel Braga, que me treinou no Atlético Paranaense, me levou para o Olympique e depois me trouxe para o Inter, em 2006. Cada treinador tem seu estilo, mas o Abel é excelente.

13) O Abel Braga é seu maior ‘guru’ no futebol?

O Abel é um excelente técnico. Ele brinca quando tem que brincar, mas cobra muito dos jogadores. Tenho muito que agradecer a ele por tudo que fez pela minha carreira.

14) Depois que você saiu do Inter, não conseguiu se firmar mais em nenhuma equipe. Por quê?

Na verdade não sei o que acontece. O futebol é assim mesmo, cheio de altos e baixos. O tempo vai encurtando, a idade foi pesando.

 

15) O que representa o Internacional para você?

O Inter é tudo pra mim. Trabalhar no Inter foi um momento maravilhoso. Ser campeão da Libertadores e do Mundo é inesquecível. Agradeço a todos que me apoiaram na minha passagem, em especial pelo carinho da torcida.

 

*Entrevista publicada no blog de Saul Teixeira – Futebol Além do Resultado – em 9 de abril de 2014.

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Compartilhe esta notícia:

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Que pátria é a deles? 

“É preciso ser uma besta quadrada para desafiar desta forma a soberania brasileira”. Compartilhamos o artigo de José Sócrates, publicado pelo ICL Notícias Que coisa extraordinária. Que coisa absolutamente extraordinária.

Leia mais »

Receba nossa News

Publicidade

Facebook