Tinha verdadeiro delírio por Karl Marx, intelectual que inspirou o Marxismo. Por Che Guevara, alimentava um grande afeto. Quiçá, um amor desmesurado. Era como se tivesse nas mãos a real queda da desigualdade social. Era um homem de esquerda. Não de extrema esquerda. Mas amante do Socialismo. Para onde tinha certeza que o mundo caminhava.
Frisava que é preciso dar um basta na desigualdade. É preciso estancar a fome. Quando se sabe que três bilhões de pessoas, no mundo, não se alimentam. Acreditava piamente que a verdadeira sociedade é a socialista.
Passava os dias de sua existência adquirindo conhecimento através dos livros. Fonte de prazer e discernimento. Só concebia a vida, mergulhado na fonte do saber. E foi aprendendo solitariamente que se envolveu com a área cultural de seu País. Lia, escrevia e pintava. Sua ocupação na velhice era a leitura. Inconcebível não ser assim.
Casou muito cedo, reservando na casa onde morava, um cantinho só seu. No local, avolumava livros. No pequeno estúdio, escrevia e contemplava a vida. Silenciosamente. Espaço só perturbado pela fumaça dos cigarros, que mais tarde quase o matou. Parou de fumar, avistando seu fim tão próximo. Mas nunca parou de ler. Substância que alimentava seu cérebro.
Frisava que o Comunismo é totalitário, tanto quanto o Nazismo e o Fascismo. Já o Socialismo prega o governo do povo. Tudo é para o povo. E não para o lucro escorchante. Um povo politizado haveria de surgir. O maior erro do Brasil, dizia, era a instituição do presidencialismo. Ao seu ver, o Brasil deveria ser parlamentarista. Mas o povo que deveria escolher.
Numa discussão ideológica com outros intelectuais, frisou que a escravidão humana é a principal praga moderna. Em sua cadeira de descanso e leitura, um livro: “Ódio à Política”. Debruçava-se, agora, sobre uma antologia de diversos pensadores, a maioria socialistas, sobre a reinvenção das direitas no Brasil.
Esclarecedor. Para um apreciador do pensamento de Esquerda. Segundo ele, a atual pandemia de coronavírus tornará o mundo socialista. Quer queiram, ou não. Partilhar comida e remédios é um ato socialista. “O mundo caminha 'na marra' para o Socialismo. Pessoas e governos se ajudarão mutuamente. Isto é Socialismo.”