Desde o início da semana, fãs da marca organizam o recolhimento de alimentos e uma carreata solidária — o que alia ecoturismo e ação social
A ideia é levar solidariedade a quem precisa e, de quebra, rodar alguns quilômetros fora da estrada. Por isso, o Jeep Loves RS — uma espécie de clube que reúne os fãs da marca no Rio Grande do Sul organizado pela Savarauto — programou para o dia 29 de julho um passeio à Comunidade da Terra Indígena Jata´ity, na região do Cantagalo, em Viamão. É a Carreata Solidária, que levará alimentos doados à comunidade nas unidades da Savarauto na região e na Serra.
Desde o início da semana, as lojas de Porto Alegre, Novo Hamburgo e Caxias do Sul já reúnem doações para o evento.
Cerca de 170 indígenas receberão roupas, calçados e alimentos não-perecíveis. Quem quiser ajudar, pode doar até o dia 27 de julho em qualquer uma das três unidades da Savarauto participantes — ou diretamente na Carreata, que sai no sábado, dia 19, da Savarauto Jeep na Av. Dr. Nilo Peçanha 3.410 a partir das 9h.
Quem quiser participar da Carreata Solidária e conhecer a cultura indígena no Cantagalo deve se inscrever pelo (51) 3378.1500 ou contato@savarauto.com.br.
Fãs do Jeep formam o Jeep LoversRS, reunidos pela Savarauto | Divulgação
A Aldeia Jata'ity
A comunidade Guarani do Cantagalo fica numa área de 250 hectares, rica em fauna e flora, onde vivem em torno de 42 famílias — mais ou menos 170 pessoas. Desta área, boa parte é mata nativa e uma área pequena é utilizada para cultivo agropecuário, sendo destinada uma parcela de 0,20 hectare por família.
Desde os anos 80, os Guarani do Cantagalo vivem da extração, produção e comercialização do artesanato tradicional, turismo rural e auxílios sociais — mais recentemente, o Bolsa Família, entre outras políticas públicas.
Desde o início do 2011, as casas têm acesso à luz elétrica, possuem um posto de saúde e uma escola estadual de nível fundamental e médio, que procura articular o conhecimento dos Guarani, inclusive com professores locais, a Escola Estadual Indígena Karaí Arandu.
Da hora dos índios para a escola
Através da Emater de Viamão, diversas políticas de promoção da inclusão social e produtiva, segurança e soberania alimentar e geração de renda vem sendo desenvolvidas na comunidade indígena. A ideia é diminuir as diversas vulnerabilidades sociais, econômicas e culturais encontradas na Aldeia.
Esse esforço resultou em significativo avanço na implementação de projetos socioprodutivos de avicultura colonial, fruticultura e horticultura, segundo a Emater.
— O programa acabou melhorando a alimentação das famílias — conta a socióloga e extensionista social da Emater de Viamão, Maristela Rempel Ebert.
Segundo ela, a parceria com a escola da comunidade, formalizado no segundo semestre do ano passado, permitiu organizar o Bloco de Produtor Rural — uma programa que dá à comunidade condições de comercializar a produção de alimentos da aldeia.
Hoje, estão fornecendo itens para a alimentação escolar, através no Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Os indígenas entregam à escola milho e aipim, além de alface, repolho, pimentão, cenoura, beterraba, cebola e tempero verde, entre outros.
Escola ensina cultura Guarani dentro da aldeia | Arquivo Diário
Comer tudo o que se produz
— Este ano, a ideia é tornar a comunidade autossuficiente, ampliando a produção de alimentos. Mais uma família se somou ao grupo de produtores e fornecedores para a merenda escolar, incluindo a produção de feijão — adianta Maristela.
Além da escola, os indígenas produtores, vendem os alimentos para os vizinhos e o excedente também está sendo negociado para comercialização através da Cooperativa Mista Campos de Viamão (Comcavi), formada por agricultores familiares do município.
Além disso, é possível comprar alimentos do aldeiamento guarani na feira promovida às sextas-feiras no Calçadão Tapir Rocha.
Visitas devem ser agendadas
As visitas para conhecer a cultura Guarani do Cantagalo podem ser agendadas pelos fones (51) 99594-3397, com Olga, e (51) 99945-3830, com Jaime. Como contrapartida, pede-se a compra de artesanato e a doação de alimentos. A lista do que a comunidade costuma precisar pode ser consultada no agendamento.