Erika Goelzer: Cuidar de si faz bem

Cuidar de si faz bem. Uma autoestima baixa interfere em muitas áreas de nossas vidas. Autoestima é apenas uma palavra técnica para se referir a gostar de si mesmo. Tem a ver com a capacidade de gostar de si mesmo, identificando os próprios pontos fortes e fracos, tendo um orgulho razoável do primeiro e tolerância com o segundo. Ou seja, ser capaz de gostar do que se é realmente. 
O mito de Narciso ilustra a preocupação com a aparência, um amor exagerado a si mesmo. Na Psicanálise o conceito de “Narcisismo” se refere a uma etapa inicial do desenvolvimento psíquico onde o eu do sujeito está em formação. É nesse momento que começa a se construir a forma, própria a cada um, de relação com o mundo.

Quem somos e a maneira como nos construímos, tem a ver com essa etapa. Ela fornecerá os recursos pessoais necessários para lidar com conflitos, dificuldades e obstáculos. A fragilidade desses recursos potencializará sentimentos de inadequação, incapacidade, impotência e insegurança que, por sua vez, impulsionarão as pessoas na busca de fórmulas mágicas e soluções rápidas, desprovidas de qualquer crítica. 

Para a psicanálise a autoestima também está intimamente relacionada com os conceitos de “eu ideal” e “ideal do eu”. Esses dois conceitos articulados nos dão uma noção imaginária de que “eu” deveríamos ser, que qualidades deveríamos ter para suprir as expectativas em nós colocadas. Para poder se sentir confortável consigo mesmo, a distância entre o que se é e o que se gostaria de ser deve ser estimulante. É dai que vem expressões como “estar a altura da tarefa”, por exemplo. Porém se colocarmos uma expectativa muito alta, a frustração é constante; se muito baixa, o tédio tomará conta. Quando a autoestima não foi bem construída, é difícil aceitar a si mesmo ou se gostar com as qualidades e apesar dos defeitos.

Uma das questões mais comuns de autoestima tem a ver com a aparência física e o padrão de beleza imposto pela sociedade. Atualmente há uma série de recursos disponíveis para ficar de bem com o espelho. Não há nada errado em querer uma imagem agradável, porém, beleza buscada deve sempre transparecer saúde e espelhar autoestima, pois o exterior muitas vezes reflete o mundo interior.

O importante é ter um limite para a energia dispensada com a beleza. A ditadura estética tem provocado uma série de problemas psíquicos gravíssimos. Há pessoas que desenvolvem quadros depressivos e anoréxicos importantes, que acabam por colocar a própria vida em risco. A vaidade não pode ser o motor principal de um ser humano, até porque somos muito mais do que nossa imagem mostra.

Por outro lado, não ter nenhuma vaidade pode ser um sinal de que algo não está bem. Desenvolver uma atitude sensata e crítica para lidar com os conflitos e com as pressões sociais permite uma maior aceitação de si e da própria imagem. A imagem no espelho deve refletir aquilo que cada um deseja e não as convenções de beleza impostas pela sociedade. 

Quem não está satisfeito consigo mesmo pode e deve buscar ajuda profissional e qualificada. Os recursos são muitos: fisioterapêuticos, médicos ou psicológicos (que poderão auxiliar na resolução dos conflitos na complexa rede de significações inconscientes, que impedem de encontrar a satisfação pessoal). Escolha o que mais tem a ver com você!!!!

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