Governo não mete todas as fichas no aterro

Lixo doméstico hoje é recolhido e levado até Minas do Leão, uma operação cara que chega a R$ 6 milhões por ano

Embora a solução financeira seja boa para Viamão, Prefeitura não estaria apostando tanto na construção do aterro sanitário

 

A notícia mais impactante dos últimos dias — a instalação de um aterro sanitário Águas Claras — não vem tendo as maiores apostas do governo municipal. Para Viamão, um aterro sanitário local, moderno e eficiente, pode mesmo ser um ótimo negócio. Mas longe dos holofotes, gente graúda no comando da administração não acredita na liberação do empreendimento na Fepam.

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Como assim "um bom negócio"?

 

Hoje, Viamão gasta para lá de R$ 6 milhões por ano só para levar o lixo que se produz aqui até Minas do Leão, onde é enterrado em antigas minas de extração de carvão. A solução de fazer o lixo rodar os pouco mais de 110 quilômetros entre as duas cidade é cara, portanto — mas a mais adotada na região.

Gravataí tem um aterro sanitário que pertence à Prefeitura. Era para lá que o lixo de Viamão era levado, anos atrás. Só que a operação em Gravataí acabou encerrada a partir de um Termo de Ajustamento de Conduta assinado junto ao Ministério Público, num entendimento que a capacidade da estrutura chegara ao limite.

Ter um aterro em Viamão, portanto, não é só uma solução mais barata, mas também um diferencial: a cidade se apresentaria como uma alternativa para outros municípios que hoje também põe na estrada centenas ou milhares de caminhões cheios de inservíveis domésticos todos os dias.

 

Como assim "não liberado pela Fepam"?

 

Os problemas para um aterro sanitário em Viamão se resumem a duas questões: tecnologia e localização.

A tecnologia para garantir uma operação estável e segura existe. Na Europa, por exemplo, aterros sanitários não geram impacto ambiental há décadas. Lá, cidades, Estados e países investem pesados em soluções ambientais para acondicionamento dos rejeitos ou resíduos sólidos produzidos pela população.

Soluções eficientes, portanto, existem. E podem ser licenciadas.

A outra questão — e esta, sim, emperra tudo — é a localização. O aterro estaria sendo planejado para uma área de preservação permanente, uma APA. A área é a nascente do Rio Gravataí, o Banhado Grande — e também um local com um importante lençol freático abastecido pela permeabilidade que o solo tem.

Se for definido que está sobre a APA, não receberá a liberação — e o governo sabe disso. Mesmo que torça para que algum projeto de aterro receba licença e permita o depósito do lixo local a baixo custo, não pode por todas as fichas em algo com muitas chances de ficar só no papel.

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