Lideranças da Região Metropolitana criam movimento para evitar pedágio na RS-118; Viamão precisa mergulhar de cabeça

Viamão e Alvorada pagaram duplicação nas cidades vizinhas durante 30 anos, mas nunca receberam contrapartida | IMAGEM: Arquivo/DV

Ao custo de R$ 400 milhões para o contribuinte e prestes a ser entregue à iniciativa privada, a RS-118 (Mário Quintana) está no centro de uma batalha contra o pedágio. E a conclusão da duplicação, que parou em Gravataí, também é motivo de reivindicações pela Região Metropolitana.

Empresários de Gravataí, Esteio, Sapucaia do Sul, Nova Santa Rita, Cachoeirinha, São Leopoldo e Alvorada, criaram, na última semana, o Movimento RS-118 Sem Pedágio. A iniciativa corre contra o tempo, uma vez que o governo do Estado se prepara para lançar licitação que concederá a Rodovia Mário Quintana e outras 19, incluindo a RS-040 (Tapir Rocha).

O presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Sapucaia do Sul (Acis) concedeu entrevista ao repórter Jocimar Farina, de GZH, nesta terça-feira (25). Rudinei Leite entende que a exploração tarifária na rodovia irá afastar empreendimentos interessados em se estabelecer na região.

– A Região Metropolitana, que é cortada pela RS-118, está se tornando um polo de logística. Tem muito potencial para isso. No momento da instalação de pedágio tu começa a cercear essa oportunidade que a gente tem de explorar a rodovia – destaca o presidente da Acis a GZH.

Dessa forma, o movimento não quer a inclusão da Mário Quintana no pacote de privatizações de Eduardo Leite. Uma alternativa, de acordo com os empresários, seria a instalação de pedágio na RS-010, rodovia que ainda será construída.

Não é a melhor alternativa, contudo, a futura estrada, ao que tudo indica, surgirá de dinheiro privado. No caso da RS-118, o Estado pagou 22 quilômetros da duplicação, e a entregaria sem custo para ser pedagiada em troca da conclusão das obras.

Na visão do presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Viamão (Acivi), o pedagiamento em região urbana é prejudicial ao desenvolvimento econômico. E Luiz Antônio Pereira acredita que o caso da RS-118 merece ainda mais cuidado.

– A questão é um pouco mais complexa do que ser a favor ou contra. Especialmente no caso da 118, que favorece o desenvolvimento dos municípios do entorno de Porto Alegre – disse Pereira ao DV.

O presidente da Acivi garantiu que, embora não tendo assinado o manifesto inicial das entidades metropolitanas, a entidade que representa a Velha Capital participa do movimento contra o pedágio.

Trago novos detalhes da proposta de Eduardo Leite abaixo, mas antes preciso registrar a apatia das forças políticas de Viamão em relação ao tema. É necessário um posicionamento público urgente. E a razão é dupla: por aqui são duas vias afetadas – o que pode isolar ainda mais a cidade economicamente – e representar perda de arrecadação de ICMS, como comentei em RS-040 volta à iniciativa privada, e isenção a placas de Viamão acabará; Após R$ 400 milhões de dinheiro público, RS-118 também será pedagiada​.

Não temos força política ou nos acostumamos a aceitar tudo de cabeça baixa? E o fato de prefeito e governador serem do mesmo partido prejudica ou contribui para a interlocução do movimento?

 

Tarifa de R$ 7,37 na ida e na volta

 

A proposta do governo do Estado é conceder RS-118 e RS-040 para empresas privadas. As duas rodovias constam no estudo de viabilidade encomendado pelo Palácio Piratini, já em fase de conclusão.

Para a Mário Quintana, a intenção do governo é que o vencedor do leilão se responsabilize pela manutenção da estrada. A duplicação entre Gravataí e Viamão, neste caso, seria obrigatória e ocorreria até o quinto ano do contrato.

Se a proposta avançar, haverá ao menos uma praça de cobrança, com tarifa calculada em até R$ 7,37 por trecho (cobrança nos dois sentidos). Dois locais são estudados para a instalação, porém o governo ainda não revela a localização.

No caso da Rodovia Tapir Rocha, as cancelas sairiam de Águas Claras e iriam para o limite com Capivari do Sul, ou até mesmo para o município vizinho. Deste modo, Viamão deixaria de arrecadar o ICMS.

 

O que diz o governo do Estado

 

O secretário extraordinário de parcerias do governo gaúcho afirmou ao site GZH que pedagiar a RS-118 é uma proposta que pode não ser seguida se a rejeição popular aumentar. Contudo, Leonardo Busatto sugeriu que a rodovia ficará sem investimentos públicos futuros, e, mesmo que de forma velada, deu a entender que a obra executada entre Sapucaia e Gravataí é de baixa qualidade.

– A proposta é pedágio na 118. A alternativa é tirar a 118 das concessões e não ter investimentos pelos próximos 30 anos. Demorou quase 30 anos pra duplicar. Em pouco tempo, voltará a ficar cheia de buracos e mal sinalizada, se não estiver na concessão. Mas é uma escolha – disse Busatto a GZH.

É o tal bode na sala pra meter medo…

E aí, Viamão, vamos ficar só olhando?

 

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