Quatro a cada dez mortes por COVID-19 em Viamão ocorreram em março; Já são 453 vidas perdidas e 6,7 mil infectados

Brasil encerrou março com 321.886 vidas perdidas em um ano de pandemia | FOTOS PÚBLICAS

O pior mês da COVID-19 em Viamão encerrou com um recorde tão negativo quanto assustador: são 174 vidas perdidas entre os dias 1º e 31. Esse número representa 38,41% do total de baixas registradas em um ano de pandemia (453). Ou seja, 4 a cada 10 mortes ocorreram nas últimas quatro semanas e meia.

O número de infectados identificados chega a 6.701. Isso representa 2,62% dos 256 mil habitantes.

O número de internações caiu, mas, mesmo triplicando a capacidade de leitos hospitalares, a rede municipal pública e privada segue em um platô de estabilidade nas alturas do Morro Santana, como já tratei no artigo Em vídeo a tragédia da COVID nas UTIs da Grande Porto Alegre; Agonia para ricos – e pobres.

Se nos primeiros 15 dias do mês, quando foram registrados 87 óbitos, a superlotação do Hopital Viamão beirava os 500%, com pacientes esperando por leitos e UTIs, nos últimos 15 dias caiu, mas a lotação segue em 100%, além da UPA. Com a superlotação e pacientes atendidos em cadeiras, macas ou no chão, aumentam as chances de morte.

 

Colapso funerário

 

No podcast do El País Miguel Nicolelis: “Estamos a poucas semanas de um ponto de não retorno na crise da covid-19”, o neurocientista e professor catedrático da universidade Duke (EUA) projeta marcas de mais de 4.000 e até 5.000 mortes diárias em breve e um total de 500.000 vítimas em julho. Ontem, Brasil bateu um novo recorde, com 3.869 mortes, chegando a 321.886 vidas perdidas e 12.753.258 infectados.

O cientista está especialmente preocupado com a possibilidade um colapso funerário no país, caso o chamado a um lockdown nacional, com bloqueios de circulação não essencial em aeroportos e estradas, não seja atendido.

– Se o colapso funerário se instalar neste país, começaremos a ver corpos sendo abandonados pelas ruas, em espaços abertos. Teremos que usar o recurso terrível de usar valas comuns para enterrar centenas de pessoas simultaneamente, sem urnas funerárias, só em saco plásticos, o que vai acelerar o processo de contaminação do solo, do lençol freático, dos alimentos, e com isso gerar uma série de outras epidemias bacterianas gravíssimas.

Ao fim, estamos em guerra. É a realidade, apesar de no Grande Tribunal das Redes Sociais tantos acusarem a mim de fazer terrorismo e até me ameaçarem de agressão física.

As vidas perdidas tem rosto e são cada vez mais conhecidos. No dia 9 de março, uma jovem com faixa etária entre 15 e 19 anos perdeu a batalha para o vírus em Viamão. Há tragédia maior?

 

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