Temporada de redecoração: vereadores esvaziam gabinetes e móveis ’desaparecem’ da Prefeitura; os preparativos e as indefinições da posse

Edição de Vídeo: Guilherme Klamt

No dia 28 de dezembro, os vereadores que não terão mandato a partir de 2021 começaram a organizar a saída da Câmara. Na prática, caixas e pertences pessoais saíram do prédio do Legislativo. E na Prefeitura também teve movimentação de "patrimônio".

Causou estranheza aos que passaram pela secretaria de Gestão o "sumiço" de todos os móveis da sala da secretária Ane Medeiros. Mesas, armários, gaveteiros… restaram apenas cadeiras. 
Mas para onde foi a mobília?

Ontem (29), o Diário de Viamão teve acesso a uma gravação feita pela câmera de monitoramento que fica no Alistamento Militar. O equipamento registrou, às 11h43min, dois homens, vestidos com camisetas de uma empresa de transportes, removendo o conjunto de escritório.

 

 

Hoje, a Prefeitura de Viamão desfez o mistério: De acordo com Ane Medeiros, o que ocorreu foi a devolução dos móveis ao dono, que é o antigo titular da pasta e vereador eleito Éderson Machado dos Santos, o Dédo (MDB).

Em termo de devolução assinado pela secretária, ela informa que a movimentação foi autorizada pelo prefeito André Pacheco. E também descreve o que foi levado: uma mesa de reuniões, duas mesas de escritório, dois gaveteiros e um armário de arquivo.

 

 

Dédo Machado confirmou à coluna que a lista de bens pertence a ele. E segundo afirmou, tudo será levado para o gabinete que ele ocupará na Câmara de Vereadores a partir de janeiro.

– Comprei quando era secretário, não tinha mesas na secretaria. Adquiri três e comuniquei ao prefeito. Agora vou levar para a Câmara. Se tivesse algum problema, (os móveis) não teriam saído da Prefeitura, o resto é fofoca de política, de quem quer criar problema, tumulto e confusão – defende o vereador eleito.

 

 

Eleição da Câmara terá apenas 20 votos

 

Dédo foi secretário de André Pacheco até fevereiro desse ano, quando teve afastamento pedido pelo Ministério Público. Ele, o prefeito, um vereador e mais quatro secretários são investigados por suspeita de corrupção na Operação Capital.

A posse para o quarto mandato como vereador se aproxima, mas nem Dédo, nem os móveis, estarão na Câmara. O emedebista alega que teve contato com parentes positivados para a COVID-19, e por isso acompanhará a cerimônia de casa, pela Internet.

O parlamentar eleito revelou à coluna que os colegas de Legislativo já foram informados que não poderão contar com ele para a eleição da mesa diretora, que acontece no dia 1º. Será, portanto, uma eleição com 20 votos.

Mas há outro fator que envolve o mandato de Dédo. Ele segue com a determinação legal de manter-se afastado das sedes dos poderes e de desempenhar funções públicas.

Desse modo há um impasse e muita curiosidade sobre como o futuro parlamentar, que obteve 901 votos nessas eleições, conduzirá o mandato. O primeiro encontro está resolvido, será por videochamada, mas e na volta do recesso? 

Seja por uma ou por outra versão, a redecoração do gabinete terá que esperar.

 

O que diz o Ministério Público

 

O Diário de Viamão consultou o Ministério Público Eleitoral sobre a situação de Dédo Machado. Segundo a assessoria de comunicação do órgão, uma ação de investigação, com base nos fatos da Operação Capital, já está ajuizada, porém ainda não foi recebida pela Justiça.

 

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