O que Cristiano Soares e Tiago Alvim, o famoso grafiteiro brasileiro, tem em comum? Os dois aprenderam sozinhos a atividade que exercem
Sem nunca ninguém ter incentivado ou ensinado, Cristiano Soares, desde pequeno, gostava de reproduzir no papel os desenhos que via na televisão. Quando cresceu, não tinha dúvidas sobre qual caminho profissional queria seguir.
Hoje, com 39 anos, ele deixa as ruas de Viamão mais coloridas e alegres com seu trabalho de aerografia que exerce junto com seu amigo de infância, Pablo Schwertz.
— Não sei explicar como aprendi, só sei que faço meus rabiscos desde que era novo e nunca mais parei. No início, fazia apenas faixas e letreiros, com pincel mesmo. Mas era muito demorado e eu ganhava bem menos do que hoje. Não trabalho apenas por que preciso, mas sim por que sou apaixonado pelo que faço —- diz Cristiano.
Apesar de fazer muitos trabalhos com tema infantil, são as paisagens as suas favoritas.
—- Os personagens para crianças é o que acaba saindo mais e eu gosto de fazer, mas as paisagens, desenhos mais realistas, é o que me encanta.
A aerografia – adotada por Cristiano há 15 anos – é uma forma de arte e uma técnica de pintura e ilustração semelhante ao grafite, mas que utiliza aerógrafos para sua execução. O aparelho consiste num objeto similar a uma caneta, com um reservatório de tinta e ligado a uma mangueira de ar comprimido.
Pablo trabalha com esta técnica e junto com Cristiano há um ano. Ele é responsável pelas colorações dos desenhos.
—- Eu perdi o meu emprego de segurança e aí surgiu a oportunidade de trabalhar com o meu amigo. O Cristiano desenha, faz a arte e eu ajudo a colorir. Ele é um talento nato. Uma das coisas mais difíceis é mesclar as cores para que saia exatamente ao desenho que estamos reproduzindo. Aos poucos vou aprendendo — conta Pablo.