Falta de energia impede sessão que analisaria pedido de cassação de André Pacheco

Plenário Tapir Rocha, em dias mais iluminados | Foto: CMV | Divulgação

A instabilidade climática que deixou o Centro sem energia elétrica na tarde desta quinta-feira (25) manteve André Pacheco respirando mais um pouco – ainda que por aparelhos. Faltou energia elétrica bem na hora em que iniciaria a sessão da Câmara na qual seria lida a denúncia que pede a cassação do prefeito afastado por supostos crimes de responsabilidade investigados pela Operação Capital, a Lava Jato de Viamão.

Quando a energia voltou, cerca de uma hora e vinte minutos depois, já não havia quórum suficiente para iniciar os trabalhos. Por volta das 17h30min, o presidente Dilamar de Jesus (PSB) fez a chamada oficial, formalizou a ausência do número mínimo de vereadores e encerrou a sessão.

 

Entenda

Uma ação popular protocolada na Câmara de Vereadores na quarta-feira (24) denuncia por crime de responsabilidade e pede a cassação do prefeito afastado de Viamão, André Pacheco. Como não foi realizada hoje, a leitura do documento deverá ocorrer na sessão da próxima terça-feira (30) e votada, desde que haja o número mínimo necessário de parlamentares presentes em plenário. Se aceita, será instalada uma Comissão Processante para investigar as supostas irregularidades apontadas.

 

Bastidores 

 

No inicio da reunião plenária, Dilamar avisou que aguardaria pelo retorno de energia, porém, alguns paralamentares não esperaram. Além do presidente, apenas Evandro Rodrigues (DEM), Armando Azambuja (PSDB), Francinei Bonatto (PSDB), André Gutierres (PP), Edi Bagé (PSB), Jessé Sangali (Cidadania) e Xandão Gomes (PRB) permaneceram. Quando "a luz voltou", o diretor Geraldinho Filho fez um esforço de última hora ligando para os ausentes.

Não deu tempo. 

Mas a história desta tarde começa antes mesmo de os corredores ficarem escuros. O vereador Maninho Fauri (PSD), aliado das antigas de André, atuou forte para evitar a sessão. Bateu de gabinete em gabinete colhendo assinaturas – oficialmente, queria suspender as atividades do Legislativo por conta da pandemia do coronavírus. Marcio Katofa (PSB), Fabrício da SH (MDB), Eraldo Roggia (PTB), Dieguinho (PSD) e Guto Lopes (PDT) assinaram. Não foi em número suficiente, contudo o aguaceiro surtiu o mesmo efeito.

As decisões da Câmara têm reflexo direto no futuro político de Russinho, que está de olho nas eleições e deseja permanecer como prefeito até o fim do ano. Por isso, é de se estranhar o comportamento da base do governo no Legislativo. Dá pra dizer que os vereadores do MDB e aliados não demonstraram empenho nenhum em votar a abertura do impeachment hoje, pelo contrário, encontraram no clima a justificativa perfeita e desertaram em peso. 

Em resumo, choveu, mas não foi na horta que base e parte da oposição previam. A pipocada desta tarde causará desgastes. Se não isso, ao menos toda a articulação feita para a leitura da denúncia terá de ser revista. E na política, cada dia é diferente do anterior. 

André Pacheco continua com os dias contados. A situação posta como está o deixa com remotas chances de voltar ao cargo, mas ganha tempo para negociar, fazer contatos, gerar conflitos na base e talvez adiar o que só não é inevitável porque estamos falando de política.

 

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