Ministério Público ingressa com ação para impugnar mandatos de dois vereadores de Viamão

As especulações se confirmaram. Conforme adiantei na coluna em 30 de dezembro, o Ministério Público Eleitoral (MPE) quer impugnar o mandato de dois vereadores do MDB de Viamão: Éderson Machado dos Santos, o Dédo, e Juarez Gutierres de Souza, suplente.

A promotoria eleitoral do MPE encaminhou as ações iniciais no dia 18 de janeiro e a juíza da 59ª Zona intimou as partes, incluindo a direção municipal do MDB, no dia 19.

 

Na ação conduzida à juíza Carine Labres, a promotora Márcia Regina Nunes Villanova lista contra Dédo Machado atos de corrupção e abuso de poder econômico e político. Partes dos crimes atribuídos pelo MP teriam ocorrido quando o ele ocupava cargo público na Prefeitura de Viamão e atuava como dirigente no Consórcio dos Municípios da Grande Porto Alegre (Granpal), que resultaram na Operação Capital.

 

Juarez Souza é investigado por fraude eleitoral. De acordo com a Promotoria, o vereador, eleito suplente, teria se valido do cargo público de sua companheira, coordenadora de um serviço de saúde, para exigir que os funcionários da unidade apoiassem a candidatura, por meio de panfletagem e coleta de dados dos usuários, sob pena de perda da função. As ações resultaram na Operação Fica a Dica, deflagrada em dezembro do ano passado.

Dédo também é suspeito de compra de votos. A promotora Márcia Regina alega que o vereador teria bancado reformas no vestiário de um clube de futebol amador da Cecília na intenção de obter votos. Tal situação resultou em inquérito policial, que ainda está em curso.

 

O que diz o MP

 

O Diário de Viamão tentou ouvir a promotora eleitoral. Conforme a assessoria de imprensa do órgão, Márcia Regina Nunes Villanova entrou em férias. O MPE também confirmou a tramitação da ação de impugnação, mas não se pronunciará no momento.

 

O que dizem os suspeitos

 

A coluna tenta contato com os vereadores. Dédo Machado se manifestou nesta manhã (21) para o colega Vilson Arruda:

“Isso é um desdobramento do processo da Operação Capital que iniciou em 2019. Ainda não fui indiciado, pois está em fase de investigação. Aguardo o devido tempo para fazer a defesa e prestar todos os esclarecimentos diante da Justiça". Ainda segundo Arruda, "o vereador informou que o caso está aos cuidados do Advogado, Ricardo Ferreira Breier, para conduzir a defesa."

 

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