Príncipes não salvam os criminosos do 8 de janeiro

O advogado Hery Kattwinkel Júnior (foto), defensor do réu Thiago de Assis Mathar, um dos invasores do 8 de janeiro em Brasília, deu um show ao tentar defender o mané nessa quinta-feira no Supremo.

Fez a defesa oral do sujeito e conseguiu cometer uma gafe digna de um Rolando Lero da Escolinha do Professor Raimundo ao levar dois príncipes para dentro da mais alta Corte do país.

O advogado fez o que seria uma citação e confundiu O Príncipe, de Maquiavel, com O Pequeno Príncipe, de Saint-Exupéry.

Afirmou o advogado ao se queixar do julgamento que, segundo ele, já antecipa a condenação dos réus:

“Disse o pequeno príncipe: os fins justificam os meios. E podemos passar por cima de todos”.

E assinou a frase, com ênfase e voz empostada:

“Maquiavel”.

Essa frase, sempre citada em resumos grosseiros do pensamento de Maquiavel, não existe no Príncipe, que o advogado achava que estava citando ao falar do outro príncipe de Exupéry.

Moraes registrou a gafe do advogado. Essa é a extrema direita brasileira. O Príncipe é um livrinho de menos de 100 páginas, que, mesmo não sendo uma biografia, qualquer Sergio Moro lê em dois dias. Mas alguns vão ler e reler várias vezes e não entenderão nada.

O sujeito defendido pelo advogado pegou 14 anos de cadeia por associação criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, além de deterioração de patrimônio tombado.

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