Quatro linhas. É tudo que se tem nesta terça-feira (21) sobre a saúde de Russinho. O pedido de informações à Comunicação Social da Prefeitura remeteu ao documento assinado pelo diretor técnico do Hospital Viamão João Almir Camargo Jorge. Ligações para amigos, políticos locais e familiares devolveram a bola para a assessoria do Executivo. E só!
Eis o texto:
"O FUC-Hospital Viamão informa que o paciente Valdir Jorge Elias permanece internado em Unidade de Terapia Intensiva exclusiva para Sars-Covid. Está consciente, ventilando (SIC) expontaneamente com suporte de oxigênio suplementar por máscara de Hudson. Apresenta instabilidade de padrão ventilatório."
Três frases que não têm força para sustentar a verdade diante da cultura oral e negacionista que domina Viamão. São poucas palavras, mas que provocam boatos e despertam inquietação no lugar de tranquilizar.
Não há aqui ressalvas sobre a veracidade do que atesta o hospital. É a ausência da Comunicação em dar publicidade ao boletim que questiono. Quando o pedido de informação é feito às 12h40min e o retorno chega às 17h07min, sem que se saiba o motivo da demora, quando ninguém quer dar informações e as páginas oficiais da Prefeitura não reproduzem diariamente o que dizem os médicos, o boato ocupa o vácuo deixado.
A falta de clareza levará uma comitiva da Câmara de Vereaores até o hospital nesta quarta-feira (22), dia em que a internação do chefe do Executivo completa uma semana. O objetivo é tentar saber as reais condições de saúde de Russinho. Hoje na sessão virtual da Câmara, os parlamentares debateram abertamente o obscurantismo em que a cidade está colocada quando se trata da recuperação do prefeito em exercício.
O presidente do Legislativo foi provocado diversas vezes sobre o caso, porém não se posicionou. Fato é que Dilamar de Jesus é o homem na linha de sucessão da Prefeitura, caso a internação de Russinho seja prolongada ainda ainda mais.
Antes da sessão, seis partidos da oposição – PSDB, Progressistas, Cidadania, Solidariedade, Patriotas e PSC – emitiram nota conjunta solicitando providências à Câmara. O argumento é de que não se pode esperar pela recuperação de Russinho. "A população precisa de respostas imeditas", diz o documento.
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