Mais uma homenagem no mês das mulheres, para elas! Enid Backes ganha espaço com seu nome em Viamão 

Enid Backes foi precursora do movimento feminista no Rio Grande do Sul. Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

A iniciativa deste tributo é do Instituto Koinós, do Instituto Josué de Castro, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Coletivo Feminino Plural, entidade que integrou, e que mantém um acervo especializado em gênero e feminismo que leva seu nome

A inauguração do “Caminho de Lutas das Mulheres Enid Backes” vai ser realizada no próximo sábado, 15 de março, às 16h, no Assentamento Filhos de Sepé, em Viamão. Estarão presentes familiares, amigas e amigos, ativistas feministas e ecologistas, em agradecimento à sua trajetória comprometida com a luta pelo fim das desigualdades sociais e de gênero e da defesa do planeta.

O “Caminho de Lutas das Mulheres Enid Backes” está situado no Parque Ecológico do Instituto Josué de Castro, sendo composto por várias “estações”, como uma escultura em homenagem à luta das mulheres, projetada pelo artista catalão Javier Pérez Quintanilla, cunhado de Enid Backes, uma figueira, um lago com espaço cultural e um fogo de chão. Na homenagem estão previstos som de tambores e cantos, recital de textos de autoras latino-americanas e da própria Enid, abordando os quatro elementos da natureza – terra, ar, água e fogo.

A frase

“Outras grandes mulheres da história serão lembradas, de forma a manter viva a memória daquelas que deixaram suas marcas nas transformações sociais, econômicas e culturais” – Télia Negrão, do Coletivo Feminino Plural

Militância

Enid Backes desenvolveu sua militância política feminista a partir dos anos de 1970 na luta pela democratização do país e pela anistia. Candidata a deputada estadual pelo Partido dos Trabalhadores em 1982, atuou nos debates constituintes de 1988 e coordenou o primeiro organismo de políticas para as mulheres de Porto Alegre, a convite do então prefeito Tarso Genro.

Ela participou das Conferências Internacionais de Direitos Humanos de Viena (1993) e da Mulher, de Beijing (1995). Integrou o processo de criação do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, coordenou o Fórum Municipal da Mulher de 1996 a 2000. Foi do Conselho Diretor da Rede Nacional Feminista de Saúde Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos e do Coletivo Feminino Plural.

Télia Negrão lembra que, nesses espaços, Enid se notabilizou por suas ideias avançadas quanto aos temas da sexualidade, reprodução, corpo e saúde, e pela igualdade no mundo trabalho. Teve especial dedicação nas lutas pelo direito à terra e trabalho junto ao MST.

O parque paisagístico da Escola Josué de Castro foi implantado por iniciativa do Instituto de Educação Josué de Castro – IPE Campo, com o apoio do Instituto Koinós, tendo sido projetado por Toni Backes e alguns equipamentos pelo Yapó Arquitetura Sustentável.

Curta-metragem

  • Um pouco da história de Enid pode ser conhecida no filme curta-metragem “Enid Backes”, do Projeto Cinematrográfico Memorial das Mulheres RS, lançado no 8 de Março de 2017, Procuradoria Especial da Mulher do Legislativo.
  • O Projeto Cinematográfico Memorial das Mulheres do RS apresentou a história de mulheres que tiveram participação destacada nas conquistas dos direitos e valorização das mulheres. Além de Enid Backes, entre as personagens do projeto estão Dercy Furtado e Matilde Cechin. 

Para saber

A socióloga Enid Backes nasceu em Santa Cruz do Sul, região central do Rio Grande do Sul, e morreu aos 92 anos no dia 22 de agosto de 2023, em Nova Petrópolis, na Serra Gaúcha. Ela tratava um enfisema pulmonar e estava internada em um hospital.

Ela manifestou em vida o desejo de que não houvesse velório e enterro, e doou seu corpo para a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

Filhos de Sepé 

  • O Assentamento Filhos de Sepé teve início em dezembro de 1998.
  • As famílias sem terra que iniciaram o assentamento já estavam acampadas em beiras de estrada fazia dois anos.
  • Logo que chegaram iniciaram a produção de arroz sem nenhum tipo de agrotóxico.
  • Os pioneiros desenvolveram um método próprio de cultivo e disputaram espaço com o agronegócio e seu jeito de plantar. 

O assentamento é onde está mais da metade da área plantada com arroz agroecológico no estado.

No loval foi construída uma fábrica de bioinsumos e implementado um processo de certificação orgânica participativa.

São mais de 50 famílias que, há quase três décadas, se dedicam à agroecologia e a produção de alimentos orgânicos.

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